Ações da KGB no Brasil
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Ações da KGB no Brasil referem-se a operações realizadas pelo serviço de inteligência soviético naquele país durante a Guerra Fria. Tais ações foram executadas com auxílio, tanto de colaboradores brasileiros,[1] quanto de serviços de inteligência de outras nações.[2] [3] Estas ações pretendiam, através de contrainformação, subversão[4] e ação militar direta, ganhar influência geopolítica e, como objetivo final, estabelecer no Brasil um regime alinhado com o bloco comunista.[2] [3]
Antecedentes
O Partido Comunista Brasileiro foi fundado em 25 de Março de 1922, sendo reconhecido pelo Comintern (Internacional Comunista) em 1930.[5] Passou então a seguir de forma estrita as orientações deste e, posteriormente, as do PCUS (Partido Comunista da União Soviética).
Em 1934, Luís Carlos Prestes (então residindo na URSS) foi enviado, pelo Comintern, de volta ao Brasil acompanhado por outros integrantes da organização. O grupo incluía, entre outros, sua guarda-costas e companheira Olga Benário e o agente duplo infiltrado do MI6 (inteligência britânica) Johann Heinrich Amadeus de Graaf, conhecido como Johnny de Graaf.[6] [7]
A tarefa dada a Prestes pelo Comintern era de implantar um regime comunista no Brasil, então governado por Getúlio Vargas. Tentando atingir este objetivo, em Novembro de 1935 o PCB promoveu, com o auxílio de um pequeno contingente militar, a fracassada Intentona Comunista. Johnny de Graaf revelou os planos dos rebeldes aos serviços de inteligência britânico e brasileiro e Prestes convidou, equivocadamente, o oficial legalista Newton Estillac Leal para para participar da rebelião.[8] Graças a estes fatos, o governo tomou conhecimento das ações com antecedência. O despreparo rebeldes, a falta de apoio efetivo do Comintern e erros de avaliação de Prestes levaram esta tentativa de golpe ao fracasso.
Segundo o historiador Glauco Carneiro, esta ação fez centenas de vítimas.[9] A Intentona Comunista gerou, nos meios militares, um forte anticomunismo e foi um dos fatores que contribuíram para implantação do Estado Novo em 1937.
KGB no Brasil
Cenário
A União Soviética estava entusiasmada com o sucesso da Revolução Cubana e, a fim de expandir sua influência geopolítica, passou a dar maior importância para ações expansionistas na América Latina.[11] [12] Uma prática soviética comum da era "terceirizar" os serviços de espionagem usando as inteligências de seus estados satélites. Um exemplo disto, como afirma o dissidente Ion Mihai Pacepa, a inteligência da Romênia (Securitate) realizava operações variadas no oriente médio, sempre sob a orientação da KGB.[13]
Naquele momento, existia no Brasil uma ativa comunidade de eslovacos e tchecos (ver: Imigração checa no Brasil). O empresário tcheco Jan Antonín Baťa possuía ali importantes empreendimentos [14] e o país acabara de ter um presidente de ascendência tcheca: Juscelino Kubitschek.
A KGB viu na presença desta comunidade, uma oportunidade para infiltrar-se no país e, para isso, usou dos serviços da StB.[11] Ambos passaram a trabalhar em conjunto na América Latina. Enquanto a StB explorava a imagem de seus inúmeros contatos latino-americanos para dar credibilidade às ações e, a KGB ficava responsável pela coordenação política.[2]
Agitação pré-Março de 1964
No Brasil, agentes e colaboradores da KGB/StB [10] sondavam e/ou estavam presentes em diversas áreas: instituições políticas e governamentais, forças armadas, empresas privadas e estatais, mídia, instituições científicas e até mesmo infiltrados no serviço de inteligência.[11]A primeira metade da década de 1960, foi marcada pela forte radicalização da esquerda política.[15] Segundo o historiador Jacob Gorender, durante este período, a esquerda estava mobilizada e pronta para dominar o poder político no país. O próprio afirma:
O período de 60 a 64 marca o auge da luta de classes no Brasil. Nos primeiros meses de 1964 esboçou-se uma situação pré revolucionária e o golpe direitista se definiu pelo caráter contrarrevolucionário preventivo. Houve chance de vencer, mas foi perdida. O pior é que foi perdida de maneira desmoralizante.[16]O historiador Daniel Aarão Reis Filho sobre a mitificação e romantização da luta armada de esquerda:
As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática.[17]A Marcha da Família com Deus pela Liberdade, foi uma reação ao discurso do presidente João Goulart no Comício da Central (13 de Março de 1964). A marcha foi apoiada por importantes think tanks conservadores como o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) e o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). Um dia após o golpe que depôs Goulart, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, a Marcha da Vitória, ocasião em que um milhão de pessoas reuniram-se para comemorar a ação dos militares.[18]
Ações
Operação Toro / Thomas Mann
Em Fevereiro de 1964, foi montada uma operação de desinformação com o objetivo de convencer a opinião pública de que, após a morte do presidente John F. Kennedy, os EUA pretendiam adotar uma política externa agressiva na América Latina. E que, tal política resultaria inevitavelmente, num maior intervencionismo econômico, político e militar do governo americano na região. Esta foi a "Operação Toro," (A.O. TORO) [11] conhecida como Operação Thomas Mann, numa alusão ao assistente do secretário de Estado dos Estados Unidos, Thomas A. Mann, escolhido pelos agentes de desinformação para ser acusado de ser o autor desta política.[2]A Operação Thomas Mann consistiu em plantar informações falsas na mídia latino-americana, dando a entender que tais informações partiam de órgãos oficiais dos Estados Unidos (ver: operação de bandeira falsa). As principais falsificações postas em circulação foram: Um comunicado de imprensa com o carimbo oficial da agência de informação americana no Rio de Janeiro, revelando a "política imperialista" concebida por Thomas A. Mann. Panfletos de um fictício "Comitê para a Luta contra o Imperialismo Ianque", que denunciavam a presença de agentes da CIA e do FBI no Brasil. E que estes "agentes" estariam disfarçados como empresários, jornalistas e diplomatas. E, uma carta com a assinatura do diretor do FBI, John Edgar Hoover. Carta que parabenizava FBI e CIA pelo "bom planejamento e sucesso na execução do golpe de 1964."[2]
Em 27 de Fevereiro daquele ano, o jornal O Semanário publicou o falso comunicado de imprensa com o título: "Mann fixa linha dura para os EUA - não somos mascates para entrar em barganhas. Ianques só ajudarão o Brasil em troca de concessões."[2] O artigo com o falso comunicado de imprensa era acompanhado de um ataque antiamericano.
O cônsul americano no Rio de Janeiro negou a existência desta "política imperialista" e que o consulado teria emitido aqueles comunicados de imprensa. Apesar do desmentido, as notícias falsas continuaram circulando. Órgãos de imprensa da América Latina passaram a publicar "notícias" sobre a "política linha-dura de Mann" de "favorecimento de golpes de Estado" dirigida principalmente contra Cuba, Brasil, Chile, Uruguai e México. Thomas A. Mann foi convertido num símbolo do imperialismo e intervencionismo americano.[2]
A operação Toro / Thomas Mann convenceu a opinião pública, brasileira e internacional, que os Estados Unidos foram responsáveis por organizar e financiar (e, participar ativamente) do Golpe de Estado no Brasil em 1964.[2] Sobre esta acusação a historiadora Phyllis R. Parker declara:[19]
Não há provas de que os Estados Unidos instigaram, planejaram, dirigiram ou participaram da execução do golpe de 1964. Cada uma dessas funções parece ter competido a Castelo Branco e seus companheiros de farda. Ao mesmo tempo, há sugestivas evidências de que os Estados Unidos aprovaram e apoiaram a deposição militar de Goulart quase que desde o princípio. Os Estados Unidos reforçaram o seu apoio ao elaborar planos militares preventivos que poderiam ter sido úteis para os conspiradores, se houvesse surgido a necessidade.
Doutrinação ideológica no movimento estudantil e financiamento para políticos
Além da KGB e da StB,[10] outras nações do bloco comunista atuaram no Brasil. Desde 1961, Cuba treinou e deu suporte material a guerrilheiros do país.[21] Durante a ditadura militar, Albânia (com ajuda propagandística),[22] Coreia do Norte [23] e República Popular da China [22] apoiaram as guerrilhas (ver: Luta armada de esquerda no Brasil).
Aproximadamente 1300 estudantes brasileiros cursaram universidades soviéticas, onde a matéria marxismo-leninismo era obrigatória em todos os cursos.[20] A maioria destes alunos frequentaram a Universidade Patrice Lumumba [20] (atual Universidade Russa da Amizade dos Povos) criada em 1960, por iniciativa de Nikita Kruschev, que teve entre seus alunos Ilich Ramírez Sánchez (mais tarde conhecido como o terrorista Carlos, o Chacal).
Em geral, estes estudantes eram familiares de membros da cúpula do PCB e, de volta ao Brasil, alguns tornaram-se funcionários de empresas estatais e ao menos um, diplomado em medicina, ingressou nas Forças Armadas do Brasil nos anos 1980.[20] Ao longo das décadas de 1960 e 1970, conseguir para uma bolsa de estudo para um dos filhos na Universidade Patrice Lumumba, era o sonho de pais comunistas de todo o Terceiro Mundo.[24]
Sonia Seganfreddo, estudante de filosofia nos anos 1950, denunciou em 1963, no livro UNE: Instrumento de Subversão[25] as estratégias da militância estudantil esquerdista para tomar o controle a UNE (União Nacional dos Estudantes). Neste livro, ela relata a perseguição de que foi vítima, ao recusar-se a participar da "luta política" no interior do ambiente acadêmico e, descreve os métodos de doutrinação usados para atrair os alunos calouros. Estes métodos, denominados por ela como "catequese", incluíam até a promessa de favores sexuais para atrair os novos alunos.[25] Alunos e alunas, assediados por alunos veteranos militantes de esquerda, que rejeitavam tal aliciamento e doutrinação política eram, como ela, alvo de perseguição e difamação. Depois de reprovada num vestibular fraudulento, por não passar numa "seleção ideológica", Sonia Seganfreddo foi obrigada a recorrer à justiça para garantir sua vaga na Universidade do Brasil.[25]
(...) A catequese varia de acordo com as escolas e os grupos de alunos. Os que têm tendência à liderança são os preferidos. Aos elementos inexpressivos o importante é que votem com os "progressistas." Quando um aluno se revolta com a catequese que lhe é imposta, imediatamente o serviço de desmoralização entra em ação. Logo a Faculdade conhece o "burguês decadente," o "fascista," o "débil mental," o "reacionário," o "antinacionalista," o "entreguista," etc. E é por isso que muita gente não reage contra os elementos "progressistas da esquerda..."Moscou financiava a UNE (União Nacional dos Estudantes) através da UIE (União Internacional dos Estudantes).[26] Esta entidade, sediada em Praga, era responsável por disseminar o marxismo-leninismo pelo o mundo através de organizações estudantis e fiscalizava as organizações a ela associadas.[25] Em Junho de 1956, um cidadão tcheco foi detido em São Paulo portando material de propaganda comunista e, descobriu-se que este mantinha contatos com UNE e UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) com a missão da selecionar pessoas consideradas "progressistas" para "representarem" o Brasil em congressos estudantis de países da cortina de ferro.[25]
(...) A UNE, esta é a verdade, tornou-se uma das maiores células do comunismo internacional instalada em nosso território, servindo, os seus elementos, aos agentes bolchevistas, de quem, provavelmente, recebem dinheiro, pelos caminhos mais diversos... A entidade estudantil, portanto, constitui-se num problema de segurança nacional.[25]
– Sonia Seganfreddo
O jornalista Ancelmo Gois, sobre sua associação com a KGB e como esta ajudava a promover a doutrinação política de estudantes brasileiros:[27]
Eu vivi por algum tempo com o nome falso de Ivan Nogueira. Porque estávamos na ditadura militar e a gente só conseguia ir para a Rússia, protegido pela KGB. Foi este órgão que me deu uma identidade falsa, com retrato, e me transformou numa outra pessoa. Em seguida, eu fui para uma escola comunista para jovens, a Escola de Formação de Jovens Quadros, Komsomol, do Partido Comunista da União Soviética, onde eu estudei sobre o marxismo e o leninismo.A URSS financiava o movimento comunista mundial [26] (pelo menos desde 1935, Luís Carlos Prestes era remunerado pelo Comintern).[8] Segundo o general da KGB Oleg Kalugin:[28] "Por ordem do PCUS, a KGB enviava dinheiro aos partidos comunistas de outros países, inclusive do Brasil. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foram milhões dólares."[29] Vladimir Novikov, coronel da KGB que serviu como adido cultural soviético em Brasília nos anos 1980, afirmou que Roberto Freire foi o último comunista do país a receber contribuições da URSS.[26] Contribuição recebida quando o então senador era candidato na eleição presidencial no Brasil em 1989.[26]
Em 1970, eu voltei para o Brasil e vim para o Rio de Janeiro. Eu entrei no País pela Argentina, e a KGB inventou que eu estava na França. Toda a minha documentação sobre dia e horário da minha entrada naquele país foi falsificada, o que fazia parecer que eu tinha morado na França e não na União Soviética.
Eu vim para o Rio e queria apenas ser profissional do PCB. Mas nesse período houve muitas perseguições, mortes, e de repente, o partido que me dava um salário ficou sem dinheiro e eu morando de favor, na casa do jornalista Luiz Paulo Machado, a quem eu devo muito, e que foi meu colega na Komsomol.
Evidências da ação da KGB no Brasil
O espião tcheco Ladislav Bittman, prestou serviços para a KGB e faz uma série de revelações sobre as operações da inteligência soviética no país. Afirma que a KGB tinha seu serviço, dezenas de jornalistas brasileiros e latino-americanos e, era proprietária do jornal O Semanário, que ajudou na execução da Operação Thomas Mann (operação na qual ele próprio teve participação ativa e decisiva).[30] É autor de livros como The Deception Game [2] (1981) e The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View [30] (1985) onde descreve como a União Soviética controlava a inteligência tcheca, disseminava desinformação e propaganda antiamericana pelo mundo, executando operações de bandeira falsa para difamar os EUA perante a opinião pública mundial. Em seus livros, Ladislav Bittman descreve suas passagens pela América Latina, revelando detalhes sobre a ação, métodos e objetivos da KGB/StB no Brasil.
Usando o México e Uruguai como bases operacionais para o resto do continente, a inteligência tcheca enfocou sua atenção primária no Brasil, na Argentina e no Chile, assim como no México e no Uruguai. Em fevereiro de 1965, o serviço enviou-me a vários países latino-americanos, incluindo Brasil e Argentina, para fazer uma avaliação pessoal do clima político local e buscar novas idéias operacionais. Na época, a inteligência tcheca tinha numerosos jornalistas à sua disposição na América Latina. Ela influenciava ideologicamente e financeiramente vários jornais no México e no Uruguai e mesmo possuía um jornal político no Brasil até abril de 1964. Mas a desinformação estava tradicionalmente associada em larga medida a técnicas de falsificação. A Operação Thomas Mann estava chegando ao fim quando cheguei ao Brasil.[30]A Revolução de Veludo pôs fim ao regime comunista da Tchecoslováquia em 1989 (ver: Revoluções de 1989) e, naquele mesmo ano, a StB passou a ser considerada uma organização criminosa sendo então extinta.[11] Em 1993, a República Tcheca e a Eslováquia separaram-se estabelecendo suas independências de forma pacífica, no que ficou conhecido como o "Divórcio de Veludo" (ver: Dissolução da Tchecoslováquia). Em 2007, a República Tcheca criou o Instituto para o Estudo dos Regimes Totalitários para investigar e denunciar os crimes do nazifascismo e comunismo. A antiga Tchecoslováquia foi ocupada pela Alemanha Nazista, de 1938 a 1945 (ver: Acordo de Munique e Europa ocupada pela Alemanha Nazista). Três anos após o término da II Guerra Mundial os comunistas tchecos, com auxílio da URSS, executaram o Golpe de Praga que extinguiu a última democracia da Europa oriental. E, de 1948 a 1989, o país foi governado por um regime comunista. Os arquivos da StB foram transferidos para o Instituto, que ficou responsável por sua guarda e análise e, obedecendo um a decreto do governo tcheco, de fazer a divulgação destes para o público em geral.[11] Em 3 de Junho de 2008, foi oficializada a Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo que coloca no mesmo nível os crimes contra a humanidade cometidos por regimes nazifascistas e marxistas-leninistas (ver: Comparação entre nazismo e stalinismo).
– Ladislav Bittman
Para o ex-comunista,[31] atual anticomunista e estudioso do movimento revolucionário marxista, Olavo de Carvalho, a ação da KGB, sua extensão e consequências para o Brasil, são ignoradas ou omitidas. Segundo Carvalho, a elite intelectual e os formadores de opinião brasileiros omitem a atuação comunista internacional no país, muitas vezes, por comprometimento ideológico.[32] Defende que o trabalho de Mauro Abranches é tão importante para a compreensão da história recente do Brasil, que será necessária uma revisão da história nacional. Olavo de Carvalho expressa da seguinte forma a importância desta documentação:
(...) Isto aí vai virar de cabeça para baixo a narrativa da história dos últimos 50 anos da vida brasileira. (...) O dono da história é o dono da política. (...) A nossa verdadeira história está lá. Está nos arquivos da KGB. Enquanto não abrir isso nós não vamos saber o que se passou.[33] (...) A ameaça comunista" nunca foi um pesadelo de malucos ou uma "teoria da conspiração", mas sim uma presença intrusiva e avassaladora, o mais profundo golpe já desferido na soberania nacional.[34]
– Olavo de Carvalho